Acordo com seu cheiro enlaçado em
mim, meus braços se estendem num abraço que cai no vazio, desperto e a
consciência se assenta aos poucos: reflexos do dia anterior em que estivemos extraordinariamente
próximos, o aroma da sua pele ainda nos travesseiros, lençóis, toalhas, palavras doces acariciando
meus ouvidos, arrepiando-me a pele com a suavidade de um veludo.
Sorrio
com toda a minha alma e meu peito se dilata pleno de uma ternura que
transborda, exsuda, espalhando-se por todas as lembranças, abraçando todos os
momentos, detalhes, locais, acontecimentos.
Uma
gratidão serena, por tão inesperada inserção no meu mundo, me acompanha
incessantemente: Já não consigo imaginar
como teria sido se toda a beleza e suavidade que lhe acompanham não tivesse
invadido meu mundo devolvendo-me as cores, os sons, os sorrisos e as
brincadeiras.
Seu
abraço se reproduz na sensação de segurança que me põe no colo. Sua confiança
em mim é um alento que me impulsiona para frente fazendo-me querer ser melhor, ao menos um pouco, a cada
dia.
Entre
tantas e tão novas sensações, descubro que o que sinto não pode ser descrito,
não há palavras capazes de coaptar os sentimentos a imagens, períodos
gramaticais, regras poéticas... Sempre, qualquer coisa escrita será muito menos
do que aquilo que quero dizer, então entendo que o tal amor dos poetas, dos
contos, das tragédias, não é amor, mas uma fantasia hiperestimulada, um conto
de fadas às avessas porque os verdadeiros contos de fadas não conseguem ser
escritos!
O
enlevo doce e terno que nos envolve na presença do amor pode ser expresso em coisas mínimas como na oferta
de um copo d’agua, na ajuda para colocar um casaco, no ceder a cadeira da frente no carro, mas
nunca conseguirá ser expresso em palavras, talvez porque seja, o amor, algo que se sente, não que se explica
e portanto não cabe nas palavras!
Quanto
aos gestos, bem... Bom dia, meu amor! Que seu final de semana seja muito
abençoado!