sexta-feira, maio 24, 2013

Et si tu veux venir, il nous reste à faire encore du chemin

Et si tu veux venir, (...)
il nous reste à faire encore du chemin
Pour aller voir briller une étoile nouvelle.
Je déclare l'état de bonheur permanent




                Penso que cada um de nós é uma delicada caixa preta que possui uma chave única e perfeita no universo. Alguns, inadvertidamente, tentam abrir-se com chaves erradas que se quebram por dentro e causam estragos inomináveis, outros  encontram chaves mestras que embora pareçam certas ,não o são, apenas são capazes de delicadamente forçar a fechadura parecendo tê-la aberto... A chave mesmo, aquela que abre todos os compartimento é única, não tem cópia, não tem similar e só ela tem acesso a todos os compartimentos recônditos do ser.
                Alguns passam toda a vida sem a encontrar, sem nem mesmo saber que ela existe, outros a encontram logo, ainda na juventude, o mais normal é que nos deparemos com essa chave passados alguns anos e percorrido já um bom período da vida.
                Fui uma dessas pessoas que sempre imaginou que minha chave não existia, não obstante ao longo dos anos ter tido diversos relacionamentos e alguns bem fortes. Deus me agraciou com lindos e amados filhos, uma vida produtiva e muito abençoada, algumas paixões, outros sentimentos mais consistentes, mas nunca a sensação de completude, nunca a impressão de ter achado a chave que me abria por inteiro...
                E eis que me encontro aqui, ainda deslumbrada pela doçura e força do nosso ultimo encontro, pensando na existência de uma chave exatamente adequada a mim!
                Existe enfim alguém que não me tira o fôlego cotidianamente porque me dá paz, porque não me sufoca, embora as vezes me agaste; existe sim, alguém capaz de me incentivar e de tirar de mim o meu melhor, seja ele físico, psicológico ou intelectual!
                E como é bom me entregar a essa força, a esse comando doce e terno que me desperta todos os dias para ser um pouco melhor, que me põe cor nos olhos e sonhos na alma e não me importo se todas as impossibilidades me acenam sorridentes, sou de desafios e a batalha não me assusta: um dia de cada vez e a certeza de que todos os dias serão um só.
                O tempo que lhe assusta, não me mete medo. Já estive do lado onde você está e hoje vejo o tamanho dos fantasmas que me assombravam, eram só fantasmas. Não me deixo machucar pelos seus temores, são apenas receios que também já tive e já  magoei pessoas queridas com eles. Beijo-te os lábios na tentativa de os espantar.
                Minha chave preciosa, nada tão firme quanto a doçura do teu abraço; nada tão pleno quanto nossos corpos entrelaçados, quanto me ver dentro dos teus olhos que sorriem de uma forma tão peculiar...   À indagação de como será quando acabar o esplêndido balé que encenamos juntos, responderei sempre que isso é algo que nunca acaba, apenas muda a forma, pois sempre será possível olhar nos teus olhos sorridentes e me ver dentro deles, estar ao alcance do teu abraço, do teu colo, enquanto assim o queiras.
                Um balé é feito de muitas etapas, a dança em si é apenas uma delas, a mais visível, mas há outras igualmente belas.
                Minha chave de esmeralda, se a perder certamente não haverá outra capaz de me abrir.