Parador, tishrei 5767
Encarapitado no último galho da goiabeira, o menino olha à sua volta: A mão estendida, prestes a aprisionar sua presa, é um imã para a fruta madura e reluzente ao sol do outono.
Uma ingênua malícia desenha-lhe no rosto sério um sorriso mordaz: terá a primeira fruta da estação! ...
Admiro seu dorso nu, estendo os braços e lhe envolvo pelas costas tentando abraçar toda a envergadura do seu tronco. Meus dedos deslizam pelo seu ventre num tamborilado divertido que lhe faz contrair a barriga e elevar o tórax como uma águia alçando vôo.
Encaixo o queixo no seu ombro e toda encanto faço minhas mãos moverem-se ascendentes. Passeiam pelos seus pelos macios, enrroscam-se no pescoço, desenham o contorno dos lábios mais suaves e generosos que já beijei!
Incrustada no seu ombro, escorro pelo seu corpo como fio d’água ; menina travessa, pés descalços desço suas serras, percorro suas planícies.
Meu beijo sôfrego busca sorver seu gosto no alvoroço dos sentidos e sigo percorrendo suas pernas, jônicos adereços sobre pés perfeitos.
Seu rosto em minhas retinas, suas meninas. Minhas mãos, precárias molduras para tanta beleza, transmitem ao meu corpo o seu vigor, chama ardente a incendiar-me: Sigo o comando que sua respiração exara, deslizo no vértice da inconsciência para aquietar-me exaurida e plena no seu abraço acolhedor, mas o sol do seu sorriso, ao saldar um novo dia, convida a retornar o estudo da sua geografia!
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