Hoje não fui à janela ver você se
afastar, preferi ficar deitada a
desfrutar um pouco mais da sua presença
impregnada em nossos aposentos. Há toda uma trama de cheiros que se
esparramam pelo chão, pelo ar, na pele e em tudo que você toca.
Fecho
os olhos e todas as imagens voltam. Seu sorriso, seu toque, suas brincadeiras,
seu colo gostoso: amplo, largo, potente. A virilidade e a ternura que
simultaneamente exalam de você e meu peito se alarga numa alegria quase
infantil.
Não
há espaço para conter em mim tudo que sinto, toda essa alegria e admiração,
todo esse orgulho, todo esse sentir que explode em mim quando lembro do seu
porte, do meu corpo enrodilhado no seu,
meu rosto escondido na maciez deliciosa dos seus pelos ... Sorver o seu cheiro
e sentir o toque dos seus dedos, nossas pernas entrelaçadas num fecho perfeito.
Não
preciso ver seu rosto para saber sua expressão quando sorrir acolhendo minhas
observações de suave admiração: tão lindas as suas mãos colocadas paralelas ao
meu rosto, tão perfeitos os seus braços como colunas inabaláveis!
Recuo
no tempo e olho para mim ontem e hoje, com e sem você, e não consigo entender
como existi por tanto tempo assim, sem graça, sem vida, sem conhecer o êxtase da entrega , a totalidade de ser
quem sou e gostar do que sou.
Lentamente
construo a sua imagem como um paciente jardineiro que cuidou de uma arvore ressequida
e sem frutos até que ela voltasse a vida. Por suas mãos desabrochei e floresci
em pleno outono, de entre as cinzas de mim mesma sou fênix multiflorida que a
cada dia se levanta para agradecer a
maravilha da sua existência no meu mundo!
Perco-me
entre emoções e recordações e entre tantas coisas só sei dizer que encontrei o
que procurava há tanto tempo e toda a inquietação que sempre senti foi somente porque procurava você!
Perdida
na curva do seu abraço posso deixar passar a eternidade, conheço algo que nunca
imaginei existir: a completude!
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