"Amor é quando a gente cede a sua vida para outra pessoa, é quando damos a essa pessoa o direito de nos destruir, acreditando que ela nunca o fará. Eu cedi a minha a você e não me arrependo porque ninguém poderia cuidar do meu coração tão bem quanto você! Você desistiu, porque?"
Dizem que quando se está em
alto mar e aparecem as grandes tormentas, principalmente os furacões e
maremotos, os capitães inteligentes ao invés de ficar na borda, singram para o
centro, para o olho da tempestade onde sabem que há calmaria e o equilíbrio das
forças que lhe permitirão sair do revés... Estou assim, a procura do caminho
que me leve ao olho do furação, mas de bussola quebrada não sei o caminho a
seguir!
Atordoada, sem rumo, sem prumo pela pancada que me
desferiu a ventania, que desarrumou o convés, que quebrou o mastro da vela
principal, tento equilibrar o barco, segurar o leme com força para chegar ao
olho do furacão, mas me sinto impotente sem as amarras que me seguravam no rumo
certo!
Como andar no escuro que se fez de repente sem a luz do
seu olhar? Como falar sem as palavras que irão embora junto com a tua voz, a
voz que me mostrou a primavera em pleno inverno, voz que coloriu as palavras
cinzentas únicas habitantes de meu universo morto?
Estou perdida sem seu abraço acolhedor e sinto medo da
noite fria que bate na soleira da minha porta. Tenho olhos secos por já terem
chorado tudo, mas a alma ainda dói uma dor sem fim, uma dor que só poderia ser sufocada pela sua
boca, sanada pelo seu abraço, apagada pelo seu corpo.
Sim, eu sei que tudo começa e termina, sim, é fatal o faz
de conta terminar assim, mas eu não estava preparada, não ainda e como na
canção que toca no rádio eu me pergunto como louco o que a vida vai fazer de
mim?
Se você precisa do carinho que já lhe dei e ainda tenho disponível
para lhe dar, porque não o quer? Porque me afasta, porque de alguma forma tem
medo de mim? Porque é mais fácil nos atirar no abismo do nada que consertar o
que temos?
Mergulho numa queda livre, no abismo profundo de um nada,
de uma vida que volta a ser sem cor, sem palavras, sem sorrisos ou brincadeiras
infantis... Volto ao status quo ante
onde não havia nada, ao caos primordial onde não há vontade de lhe procurar em
outros braços porque sei que não vou encontrar!
Tudo que sei fazer é lhe querer, é desejar seus braços,
abraços. Tudo que queria era apenas o céu de me ver dentro dos seus olhos
novamente, mas você me fechou as portas, todas elas e me atirou no abismo do
nada, na queda livre do esquecimento onde pensei que fosse forte o suficiente
para ficar, onde tenho que ser forte para me equilibrar, mas como faço isso sem
você?
Nem sei o que estou falando, as palavras estão indo
embora, como você, com você, ela foram com sua voz!
A única coisa que ressoa insistente nesse imenso vácuo da
sua ausência é o eco que repete a todo instante: Porque????
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