É desse amor que eu preciso;
Preciso e não posso esquecer:
Eu faço de tudo no mundo
Pra não te perder.
Preciso e não posso esquecer:
Eu faço de tudo no mundo
Pra não te perder.
(Me Leva
– Diogo Nogueira)
Na quietude fria da noite, meus passos soam como
ponteiros desorientados de um relógio sem prumo. Caminho a esmo sem conseguir
dormir. O silencio da noite e os barulhos da rua ressoam os muitos pesadelos
que me assaltam e dormindo ou acordada sempre me visitam.
Gostaria
de ter asas para atravessar a cidade, gostaria de ser invisível para ver sem
ser vista. A ausência provoca uma dor constante e inquietantemente amedrontadora.
Faz surgir fantasmas e dá a palavras banais sentidos cabalísticos.
Já
não é possível agir com racionalidade. Ela sempre desaparece após o meio da
tarde. É como uma chuva de monção que
tem hora certa para chegar e sair: Nasce com o sol que promete um novo dia,
mais luminoso e feliz e vai declinando com o passar das horas que escondem a
aquarela capaz de iluminar o meu dia. Absolutamente tudo ficou sem graça e gris, um grande e longo mundo cinza com
horas longas e intermináveis, costuradas em silêncios e esperas.
Queria dormir até que você pudesse vir me
despertar. Queria proteger-me na amplitude do seu abraço e sentada no seu colo,
como em tantas outras vezes, esconder minha cabeça na curva do seu pescoço enquanto,
sentindo sua mão deslizar pelo meu cabelo, entendo que tudo está bem e não há
nada a temer!
O
calendário é implacável e me oferece, dia-a-dia, mais vinte e quatro horas sem
você, mais um nascer e pôr-do-sol onde o calor de sua presença foi ausente e
perdeu-se em silencio e abstração.
O
que resta de mim em você agora? Ainda há
um nós perdido nesse imenso espaço físico chamado cidade? Em meio ao mar de
vozes que lhe circunda ainda é capaz de me ouvir? Chamo baixinho e o som me
acalanta. Minha alma grita alto, quer atravessar o espaço e chegar até a sua:
seria possível? A noite me retorna silencio. Sinto frio e medo.
Eu
enfeito a minha casa com as flores
Que roubei do seu jardim
São os erros do desejo
Você está em tudo que eu vejo
E agora
Tudo parece menos real
Menos carnaval
Que roubei do seu jardim
São os erros do desejo
Você está em tudo que eu vejo
E agora
Tudo parece menos real
Menos carnaval
(Menos
Carnaval – Bebel Veloso)
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