quarta-feira, setembro 16, 2015

Aiutame: Cosa fare?



Tenho a sensação de que não deveria estar escrevendo isso, mas também tenho absoluta certeza de que se não falar com alguém vou explodir em mil cacos de mim mesma, vou me tornar irascível, insuportável e vou acabar metendo os pés pelas mãos e mordendo quem não tem culpa alguma de nada!
Alguém, por acaso tem culpa de algo na vida? Nessuno!
Sim, eu sei que homens não gostam de ler, escrever, falar ou ouvir sobre assuntos abstratos. São, como me disse outro dia, práticos, simples, diretos. Eu também sou, geralmente, mas vez por outra, sou o que minha natureza foi feita para ser e nessas horas preciso falar com alguém e com quem falar a não ser com a única pessoa que realmente me conhece, a única pessoa diante de  quem não preciso e não quero vestir máscaras? Diante de quem mais eu consigo me mostrar como sou – fraquezas e fortalezas - senão diante de você?
Então, sento-me para rabiscar algumas linhas e compartilhar com você o que sinto e uma batalha se estabelece dentro de mim: o que conheço da psique masculina briga valentemente com a forte certeza de que você não é tão padrão assim, que tem uma parte que é humana e sensível e que, sim, você pode não me responder, até nem saber o que dizer, mas vai me ouvir/ler e de alguma forma, por um caminho seu, particular, vai fazer algo por mim, porque sempre acontece dessa forma e talvez, mais um talvez, seja por isso que tenho uma desmedida confiança no poder sanativo do seu abraço, na força segura que vem do seu “eu”.
Essa é a quarta noite que atravesso insone. Não consigo conciliar um minuto de repouso, malgrado tenha assistido todos os filmes e seriados que me agradam e até mesmo as suas reprises. Meus olhos ardem, meu corpo reclama, minha saúde em breve se ressentirá da privação do repouso. Não quero estudar, não quero trabalhar. Meu oficio me irrita, embora eu tenha coisas importantes por fazer. As pessoas me desgastam, a vida me incomoda e eu queria mesmo era dormir até não sei quando, de preferência até sempre...
Não, eu não sei o que está acontecendo. Eu não sei o que está me aborrecendo, me magoando, me machucando assim tão profundamente. Só sei que estou sentindo um profundo cansaço, uma solidão enorme, como se de repente o mundo fosse um infindo deserto e eu estivesse perdida no meio dele: sem bússola, sem água e sem mantimentos!
Queria que o mundo parasse para eu descer! Mas seria muito bom se eu pudesse descer em Barcelona, em Paris, em Viena ou no Everest, no Himalaia, no monte Fuji!
Estou muito e muito cansada de matar um leão por dia, há 18.980 dias... Cansada de ter que explicar todo dia que mereço respeito, consideração, que sou uma pessoa adulta. Cansada de dizer todos os dias que as leis tem que ser cumpridas; cansadas de esperar que alguém olhe para mim e veja quem eu sou, o que eu sou e simplesmente me abrace e não queira que eu seja como se precisa, mas me receba como eu sou: defeitos, qualidades, fraquezas e fortalezas e só por essa vez, seja do meu jeito...
Será que a vida tem meio-fio? Porque se tiver eu quero sentar em um e ficar olhando os carros passarem, as pessoas passarem, os dias passarem, enquanto eu fico apenas imóvel observando a passagem e me dissolvendo aos poucos, no pó da poeira e do esquecimento, talvez imersa em minhas próprias lembranças enquanto me pergunto se os momentos, atos e fatos, palavras e gestos dos quais me lembro existiram realmente ou foram um fugaz momento em que minha mente alucinada os criou e plantou como uma realidade inconteste.
O que é a mentira e o que é a verdade? Qual é a realidade e qual a alucinação?
Aperto o botão end e entendo a mensagem game over ou respiro fundo e leio a legenda de pausa entre duas partidas?
O que eu faço? Para onde e como vou?
Devo contornar as pontes ou explodi-las? Qual contorno e qual explodo? Porque quando preciso nunca tem mapa, bússola ou guia? Cadê todo mundo?
Com tantas interrogações na cabeça e um buraco negro no peito como posso dormir? Ah, sim, deve ser por isso que o sono sumiu porque foi tragado pelo vórtice do nada que nesse momento habita em mim.
O navio aportou e quando desci ninguém mais estava a minha espera. Vaguei pelas ruas abraçada a coisa alguma, saboreando o gosto amargo daqueles que se sentem desimportantes, sem ter com quem compartilhar, a quem dizer: tive medo...
Passo aí depois” quando houver um tempo, um encaixe, uma necessidade, não por vontade, saudade, querer... Passo aí depois, mas esse depois tantas vezes foi agora, assim que cheguei!
“Agora está tudo bem, pode chorar. Fique tranquila, estou aqui!” Para onde foi esse aqui? Onde fica esse lugar?
Fine del gioco? Avete rinunciato? Devo rinunciare troppo?

Aiutami: cosa fare?

domingo, agosto 16, 2015

Tres Segundos de Eternidade

Que o rei se encante com vossa beleza!
Prestai-lhe homenagem, é o vosso senhor! 
(Sl 44,12)

O sol a meio céu desenha sobre a água arabescos indefiníveis. Um espelho perfeito, fere, com sua beleza, a vista do transeunte desavisado.
As árvores estréiam um verde novinho espichando-se em direção ao mais que perfeito anil do céu.
Uma nuvem branquíssima atravessa o horizonte. Nela seu rosto é um recorte vívido e enigmático. Detenho-me a observar o quadro que me apresenta.
Seu rosto e sua beleza enigmática. Seu sorriso misterioso, hoje se esconde, também, dentro dos olhos. Olhos de mistério, de sonho, de porquês. Um rosto inteiro de enigmas que eu gostaria de decifrar enquanto observo seu dorso deitado sobre os lençóis imaculadamente brancos, as pernas em ângulo reto, a emergir de uma elegante boxer também branca, tocam o chão com a leveza firme que belos pés lhe conferem.
Tudo, absolutamente tudo, em você é harmoniosamente belo, até mesmo esse enigma que se desenha em seu rosto e me desafia a inteligência, a curiosidade, a vontade de mergulhar em seus pensamentos e de lá emergir com todas as respostas, até mesmo ele lhe dá um realce, um equilíbrio que lhe tira aquele lugar comum que possuem todos os filhos de Adão.
Reticente, a razão cede lugar ao instinto e calo as perguntas quando suas mãos tocam meu rosto. Atendo o pedido silencioso sem tirar os olhos dos seus. Tenho medo de vê-lo sumir, evaporar repentinamente, quebrar-se o sonho, a magia do momento.
Curvo-me sobre você: quero encher-lhe de beijos, penso em tecer uma roupa, uma túnica, até os pés, toda em beijos, suaves, ardentes, docemente entregues, provocantemente submissos... Minha idéia se desvanece ao contato das mãos que me içam, me levam mais acima, braços que me envolvem, me viram, me posicionam e sigo, agora não mais pensando, entregue ao seu ritmo, ao seu desejo, meu desejo de que me deseje...
Tenho fome de provocar-lhe fome, transformar-me em água pura para sua sede, encantar-lhe com alguma música mágica, pó de pirlimpimpim espargido diretamente da minha essência feminina.

Tudo o que almejo é, à Cleópatra, seduzir Marco Antonio, rendê-lo, para sempre, aos meus encantos, os quais não sejam muitos, sejam fatais o suficiente para apagar toda glória de Roma!

terça-feira, julho 28, 2015

Amanhecer

 Sento-me frente à janela para apreciar os primeiros raios de um sol novinho que inaugura mais uma manhã!
                Ainda sob o impacto de sua presença, exploro o cheiro que vai desaparecendo da minha pele, na proporção exata em que crescem as saudades. Sua presença  forte e terna ainda está vívida em mim e custa-me crer que você não está sob os lençóis ou que não adentrará a sala pedindo um copo com água, um café, ou apenas com esse lindo sorriso estampado no rosto!
                Perco-me entre as lembranças. Meu recorte de figurinhas cresce a cada dia. Algumas pintadas com suaves tons de rosa entremeiam-se com vermelhos vívidos, cinzentos e negros. No balanço do arco-íris, as figurinhas de cor escura são menores, mas ponteiam momentos, pontes, passagens que atravessamos com coragem e ousadia.
                Encaixada na suave força do seu abraço, desfruto  a revigorante sensação de me sentir segura, aceita, querida. As mãos que passeiam pelo meu dorso, tamborilam uma canção diferente, uma canção que minha alma lê e se aquieta, dormita, segura como um bebê entre cobertas. Meus pés abraçados pelos seus, sentem sob si a firmeza do alicerce sólido capaz de atravessar furacões sem se alterar... Não preciso voltar o rosto para ver sua face descansada, olhos semicerrados, em repouso quase relaxado...
                Amo lhe amar, adoro lhe observar, ver sua beleza madura, sólida. Os contornos enigmáticos de um sorriso que nunca se sabe ao certo  o que significa! Gosto de cobrir-lhe de beijos, beijos a esmo, sem obrigações, sem objetivos, apenas beijos como se fosse meu brinquedo, minha boneca,  apenas porque é meu príncipe, meu sonho, meu amor, minha realidade.
                Temo a cada dia o perder-lhe. Seria triste demais voltar a viver nas cinzas de um dia “gris”... O sol da sua presença me mantém em eterna e vivaz primavera!
                  A rua começa a acordar. Ônibus e carros acenam para um novo dia que se agita nas garras da cidade. 
Desejo-lhe um bom dia, jogo-me sob as cobertas, novamente, para desfrutar, ainda um pouco, do seu cheiro na nossa cama. Recito minha prece de todos os dias:

"Te" amo muito, nunca esqueça esse pequeno detalhe! 
                                                                    
                                                               Fecho os olhos: quero sonhar com você!


 

sexta-feira, maio 01, 2015

Completude

Puxo os lençóis sobre o corpo e aconchego-me a eles, fecho os olhos e afundo a cabeça nos travesseiros buscando reter você um pouco mais a partir do seu cheiro. Gosto do odor que seu corpo deixa nos lençóis, na minha pele, na minha alma... Uma fragrância forte e envolvente, uma promessa de muitos sorrisos, um êxtase que me inebria.
A medida que repasso cada momento que desfrutamos juntos, consolida-se minha certeza que possuo algo impar, algo que pouquíssimas pessoas têm o privilegio de encontrar na vida: a completude que sempre busquei, me veio por você, assim, dessa forma nada ortodoxa nossa, transversa, avessa como ela é...
Desde sempre que ouço que a sabedoria de Deus é loucura para os homens e que Deus nos dá apenas o que nossas mãos podem segurar. Outras vezes dizemos que Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos e me convenço a cada dia mais que tudo isso é verdade.
             “Porque fui o privilegiado?” Porque você é especial, diferente. Porque sempre procurei algo que não sabia definir o que era, mas sabia que reconheceria quando encontrasse. Porque em algum lugar do meu ser – corpo e espírito – eu sempre soube que era diferente, que tinha que ser mais do que era, melhor, especial e de tanto não encontrar , desisti de procurar e me resignei com o fato de que o que eu procurava só existia na minha mente...
Um dia, por mero acaso – se é que acasos existem, pois eu não acredito neles, mas em uma ordem universal que rege tudo – conheci você e entendi que o que eu procurava existia, mas não estava ao meu alcance. Era tão distante quanto as estrelas, tão brilhante quanto o sol, tão inconcebível quanto tentar entender os mistérios de Deus e me resignei mais uma vez.
Tudo que eu consegui pensar  daquele dia em diante foi que El amor a veces nunca llega porque pasa sin llamar, se va buscando a quién amar.A veces, cuando llega llega tarde, porque ya hay alguien más en su lugar... E mais um ciclo da roda da vida se completou, mas dessa vez El amor no sabe de fronteras, de distancias ni lugar. No tiene edad. Puede llegar perdido entre la gente o arrullado en un cantar, por un reír, por un llorar,.. E tão triste eu fiquei em saber das suas lágrimas que corri ao seu encontro, sem nem saber se ainda existia alguma lembrança de mim e seus braços se abriram e me abraçaram de uma forma que jamais esperei, imaginei ou ousei abertamente desejar.
Entendi, então, que toda a busca não foi vã, que tudo que sempre busquei não era imaginação, existia sim, mas tive que aprender, também, que no sólo son palabras que se dicen al azar, por un momento y sin pensar. Son esas otras cosas que se sienten sin hablar, al sonreír, al abrazar,... (...)El amor es perdonarse todo sin reproches y olvidar para volver a comenzar, es no decirse nada y en silencio caminar, es ofrecer sin esperar.  

Agora, enquanto o sono vem chegando devagarzinho, entre os aromas deixados por você, eu sorrio e meu coração  murmura uma prece de agradecimento: Na imensidão do seu abraço, nas profundezas do seu olhar, na doçura do seu beijo, na ternura da sua alma pura, eu encontrei o que buscava!

quinta-feira, janeiro 22, 2015

Filho das Fadas

É impossível que chegue e todos não notem. É absolutamente improvável que passe sem que se vire o rosto para olhar, sem que se sinta sua energia absolutamente inexplicável. Seu porte austero, mesmo na mais despojada roupa esportiva; seu rosto sério, mesmo quando rindo; sua voz de comando, mesmo quando fala com carinho, remete-nos ao contos de fadas,  aos antigos reis, príncipes dos sacerdotes, figuras de alto poder nobiliárquico. Alías, os títulos de magnificência lhe cairiam muito bem!
Tem o tipo de um nobre nórdico - faria inveja a Odim - e caminha pela vida como tal. 
                      Com uma inteligência muito acima da média e habilidades completamente insuspeitas, mas surpreendentes na medida em que se revelam, ele é fascinante, apaixonante e absolutamente impossível não se sentir imediatamente cativa desse imã humano.
                     Suas mãos tem  uma beleza selvagem que se mostra gentil e decidida quando se convive com elas, após experimentá-las percorrendo , sem censura, toda a extensão do espaldar, todos os insuspeitáveis recônditos, nichos de prazer, fontes de suspiros e anseios.

                    Detentor do melhor abraço, maravilhosamente encantado e encantador, é elegante, lindo, um charme.Roubou o meu coração esse filho das fadas, meu amado, meu amor!