Vi a
tarde escorrer pela janela e a noite chegar sutilmente.
Enquanto
os últimos raios do sol foram substituídos pela lâmpada do poste em frente, eu só queria que você, por alguns minutos, estivesse aqui.
Meu desejo é frugal, simples como uma tarde de outono. Resumia-se em deitar a cabeça no seu peito largo, aconchegar-me entre seus braços, sentindo suas mãos deslizarem pelos meus cabelos e, de olhos fechados, aspirar seu cheiro, desfrutando a proteção que emana de você.
Nada mais que desfrutar da largura e força de sua presença,
da suavidade do seu carinho, do prazer de saber que existe alguém maior, mais forte que eu e relaxar tranquila, cedendo o controle por alguns minutos.
Na tarde que escorreu rapidamente, seu sorriso luminoso teria segurado o sol por mais horas, preenchendo de forma absoluta todos os espaços vazios, devolvendo-me absolutamente a sensação de pertença que tanto procurei por toda a existência...
Sento
para um café. O lugar vazio, aumenta a força da sua ausência. Sua xícara
pousada, à espera que você venha juntar-se a nós, me repreende silenciosamente:
Como eu deixei você partir?
Seu sorriso
brilha sobre toda as minhas lembranças como um segundo sol que se apaga em
contato com a realidade, fria e escura como a noite que já reina absoluta lá
fora... Só lá fora? Aqui dentro faz frio, muito frio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário