A companhia do telefone me
acorda. Do outro lado uma voz encantadora diz:
- Bom dia!
Dou um pulo, o coração dispara, sento-me na cama e com um
sorriso murmuro o bom dia mais atônito de toda a minha vida enquanto ouço que
você está aqui me convidando para uma caminhada na praia.
Confirmo minha disponibilidade e corro para me arrumar. Acabo descobrindo que nada, nesse momento, vai me
assentar maravilhosamente bem... Queria ser uma diva hollywoodiana, juro!
Então, coloco meu biquíni de sempre e amarro a saída verde que me parece ficar
melhor.
Em meia hora, desde o toque do telefone, estou na sua
recepção e diante do seu abraço meu ultimo gesto consciente é enlaçar seu
pescoço!
Todo o resto se sucede como consequência mais que
perfeita do toque dos nossos corpos sedentos sem a proteção de qualquer
entrave. Pele na pele, o desejo se avoluma e se espalha capaz de contagiar a
todos.
A boca que busca a minha também sussurra – ainda dentro
dela – um convite malicioso para conhecer seu quarto que lembro vagamente ter aceito.
Os trajes de banho voam inúteis pelo quarto. São a ultima
barreira a ser vencida enquanto mãos hábeis exploram meu universo físico.
Nossas bocas coladas, nossas línguas entrelaçadas, são as fagulhas que
incendeiam nosso desejo, arrepiam nossa pele, preparam-nos para o grande
passeio.
As mãos que me acariciam são ternas, mas também firmes.
Seu carinho é forte e determinado e em certos momentos me parecem querer
demarcar território. Gosto dessa sensação de ser dominada por você. A força bem
dominada, colocada na hora certa, é um grande excitante.
Prendo seu rosto entre as palmas da mão enquanto sinto
seu corpo mover-se ritmicamente dentro de mim. Olho-no-olho, nosso prazer é um
crescendo que breve explodirá...
Você para e se retira, me abraça, me beija, me acaricia.
De costas, sinto suas mãos percorrendo meu corpo numa deliciosa e provocante
massagem. Seu rosto roçando minha nuca me arrepia ao contato de sua barba com
minha pele.
Intimamente quero reagir, tocar em você, devolver o
carinho, a provocação, mas tudo que consigo é ser, prazerosamente, seu
brinquedo, objeto passivo do seu desejo!
Então sou virada novamente e olho no olho, sinto seu
corpo que se projeta sobre mim. Seus braços, em alças que me predem a guiza de
colete, afundam meu rosto no seu peito e sorvo longamente seu cheiro. Esse é o
aroma que me embriaga. Sou jogada num vértice que faz minha respiração ofegar.
Seus olhos sorriem dentro dos meus e ao seu comando pulamos juntos nessa maravilhosa
aventura do nada que é o clímax.
Seu corpo relaxado sobre o meu transmite uma sensação
indescritível. Fecho os olhos e aproveito ao máximo esse momento tênue e fugaz.
Abraçados, descansamos juntos desse banquete que temporariamente saciou nossos corpos.
_ Vamos caminhar?
A pergunta me pega de surpresa. Gosto de ficar preguiçosa
junto de você, ainda mais depois de uma maratona destas, mas respondo que sim e
me levanto lentamente em direção ao chuveiro.
Sob veemente protesto seu tomo uma chuveirada morna para
despertar. Não, não tente entender meus mecanismos fisiológicos, são estranhos
até para mim!
Saímos caminhando pela praia e o inusitado da exposição
pública em sua companhia é delicioso. Poder desfrutar de um pouco de ar livre e
sol com você é algo tão inimaginável no nosso habitat natural quanto é
delicioso aqui, imersos no anonimato em que estamos.
Transeuntes passam e eu me sinto orgulhosa por estar ao
seu lado. Muitas mulheres olham e sei exatamente o que pensam: cobiçam esse
espécime maravilhoso que está ao meu lado e nem imaginam, realmente, o quanto
maravilhoso você é!
Paramos um pouco sob uma sombra. Acredito que a parada
seja uma gentileza sua para comigo. Ficamos ali, abraçados. Você me pega pela
mão e me leva para a água que aqui sempre tem uma temperatura branda.
O movimento das ondas nos acomoda juntos e essa
proximidade reacende o desejo recém apagado.
Viro-me
de frente e busco sua boca. Beijamos-nos com suavidade e nas reticencias que
percebo sutilmente imagino bem o que está pensando. Sorrio internamente. Se
soubesse o quanto é querido, amado, nunca teria esse tipo de pensamento.
Enquanto
nossas bocas conversam com suavidade, minhas mão percorrem seu corpo gostoso,
bonito, másculo. Sinto toda a beleza e força desse tronco largo e forte, desses
braços que me enlaçam como se parassem o mundo e um dia pararam, ao menos o
mundo que me oprimia, e vou escorregando
para sentir suas coxas enormes, as mais belas que já vi.
Puxo
você de leve em direção a areia. Dentro d’água não alcanço suas pernas e quero
sentir você todo, tocar em seu corpo deliciosamente por inteiro.
Sentados
em nossa sobra, deito-me no seu colo para manter a discrição e enquanto faço
uma leve pressão no seu colo, com a cabeça, minhas mãos deslizam por estas
colunas gregas a que você chama pernas.
Ficamos
assim por um tempo, nessa brincadeira do tato: você tamborila nas minhas
costas, brinca com meus cabelos e acaricia minhas nádegas. Eu pressiono seu
colo com a cabeça, com o rosto, roçando suave e forte, deslizo minhas mãos ora
pelas suas lindas pernas , ora pelo seu torso delicioso. E esse tocar
brincalhão e despretensioso vai nos envolvendo e nos acendendo lentamente.
Retomamos
nossa caminhada de volta, mas suas mãos estão mais ousadas, embora discretas.
Trocamos algumas palavras mais fortes e sorrimos dessa brincadeira tão
descompromissada.
Enquanto
tomamos uma chuveirada juntos nossos corpos se esbarram e sua mãos ágeis não perdem tempo.
Rapidamente me ajoelho e tomo a frente guardando-o, o mais que consigo, na minha
boca.
Você
brinca com minhas orelhas e ouvidos.
Sinto
a água se fechar e você me levanta. Enxuga-me e olhando- me nos olhos voltamos para a cama. Sua boca me
percorre por inteiro e quando para na conjunção das sépalas me enlouquecem, me
jogam para o alto de uma forma vertiginosa. Agarro-me aos seus cabelos como
única forma de segurança durante o vendaval que me percorre.
Em
decúbito, sinto seu corpo dominar e preencher o meu, encaixando-se suavemente,
para aos poucos ir tomando um ritmo que conheço. No vai-e-vem que imita o
balanço das aguas, nossos corpos mais uma vez se entregam ao prazer e nos ofertamos o que de melhor temos: nossos
desejo recíproco, nosso prazer completo.
Deitamos
relaxados, abraçados, ainda na mesma forma.
A campanhia do telefone
me chama, estendo a mão e atendo: é só o telefone, eu estava sonhando co
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