“(...)sempre achei
que tem um dom muito grande para colocar seus sentimentos nas pontas dos seus
dedos!(...)”
Deixa-me tocar-lhe com elas,
com a ponta dos meus dedos, reter o teu rosto entre as palmas das minhas mãos;
deslizar meus dedos pela tua face – desenhando-lhe o contorno, sentindo a
maciez crespa e bem cuidada do mento, a deliciosa suculência desses lábios, pétalas de rosas
colombianas - permite-me descer pelo teu
pescoço e percorrer teus ombros fortes num quase sussurro entre peles...
Deixa que minhas mãos tentem
abarcar teu tronco largo, teu peito forte. Que a ponta dos meus dedos,
diligentes, contem a tua pele o que eu sinto e durante tal narrativa sigam
descendo a desenhar-te tão sutilmente quanto existes nos meus sonhos mais
profundos...
Permite-me solver teu cheiro
fresco de banho, de pele limpa com austero perfume, a fim de que recordando-se
mais fielmente do meu querer possam as pontas dos meus dedos te contar o frenesi
que é sonhar, desejar e sentir...
Ainda uma vez, deixa que te
abrace os joelhos e descanse meu rosto entre tuas colunas, espalmando minhas
mãos sobre elas, percorrendo-lhes as saliências com esses dedos que, dizes,
sabem falar por mim!
Proponho-te a experiência de
conversar com a ponta dos meus dedos: em silencio, apenas ouça o que eles forem
capazes de lhe contar e se precisar de algum guia, olha nos meus olhos sem
falar...Deixa, deixa eu te contar como vives em mim, em cada milímetro do meu
ser, em cada célula, em cada lembrança e ao final, se ainda assim restares
indiferente, tombarei vencida mas consciente que até o fim lutei por ti!
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