Estou aqui e não sei o que faço.
A minha
frente, jazem cacos.
Cacos brilhantes, cortantes,
eloquentes...Contam intermináveis estórias de sonhos partidos, desfeitos. São
espelhos que mostram faces desfiguradas, rostos enxagues, almas ensangues.
Estão bordados por noites insones e desfiguradas.
Devo joga-los no lixo antes que me firam mais, mas não tenho coragem. Conheço cada uma das estórias bordadas ali e seu silencioso lamento me cala a alma.
O que faço com estes cacos?
Haveria cola capaz de os unir novamente?
renascimentos. Morte e
ressurreição. Um deles sobe, eleva-se no meio da sala e pergunta: Mulher de
pouca fé, não haveria no Cordeiro força para reunir-nos?
Silencio. No ar o eco da pergunta
me pede uma resposta. Calo ainda mais profundamente. Afundo-me em mim mesma sem
saber o que dizer. Creio que sim, entendo que não!
E me desfaço, também eu, em
outros tantos cacos!
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