O tempo corre,
foge, devora a si próprio de forma voraz e quem se prende a ele torna-se refém
do nada.
Proust gastou
anos a fio para concluir sua obra Em Busca do Tempo Perdido findando por
entender que não há tempo, que não se perde tempo, o tempo não existe, é uma
criação referencial da mente.
Volátil,
impalpável, o tempo é longo para quem espera, curto para quem realiza.
Infindável para quem chora, fugaz para os momentos felizes. Uma eternidade para
as crianças, um roçar de asas para os adultos... E lá vamos nós, nos prendendo
a uma infindável lista de não tenho tempo, quando eu tiver tempo,não tenho mais
idade, estou nova, estou velha...
Não estou
velha e nem nova para nada que meu corpo queira ou meu espírito deseje! Não tenho tempo para pensar no tempo. Meu ministério, meu compromisso é ser feliz e se
ser feliz é dançar na chuva, lá vou eu... meu chapéu roxo fica maravilhoso com
meu vestido laranja e meus sapatos pretos, cano alto! Sou senhora, tanto quanto
possível, da minha própria vida e dos meus próprios desejos.
Ninguém é
velho demais ou novo demais para mim, para estar ao meu lado, a menos que se
sinta assim e decline dessa deliciosa experiência que é viver!
Ouço
expressões que não entendo e minha alma perplexa fica num limbo do falamos outro
idioma! Coisas como “Sou muito mais velho que você”, “Não tenho um futuro para
lhe oferecer”, “Estou na idade de terminar e não de começar novos
empreendimentos” são expressões que minha alma não entende!
Simplesmente
ela me responde que ninguém oferece futuro a ninguém. O futuro é uma conseqüência
de cada nascer do sol. É uma decorrência de estarmos vivos e só o Criador pode
nos apartar dele.
O que é ser
muito mais velho, muito mais velha que alguém? Por ter tido essa ilusão, um
dia, deixei de viver momentos maravilhosos, desfrutar de uma felicidade única preocupada
com um dia que, ao final, nunca chegou... O que realmente significa ter nascido
10, 15 ou 20 anos antes ou depois de alguém? São referenciais mentais,
culturais, sociais, nada mais. E se o referencial é cultural e compartilhamos
desses valores, não temos a mesma idade?
Começamos uma
nova vida a cada dia, a cada nascer do sol. Só não teremos mais tempo para
recomeçar quando o Ceifeiro do Senhor chegar! Até lá estaremos recomeçando a
cada dia, queiramos ou não, não há escolha!
Na cultura
oriental é uma honra ser mais velho, na cultura indígena idem. Os que viveram
mais têm a sabedoria dos muitos sois que se levantaram e se puseram, viram
muitos invernos e o ressurgir da primavera muitas vezes, possuem o sabor dos
vinhos longamente amadurecidos, a beleza dos caminhos percorridos polida pelas
lagrimas que lavam e purificam a alma. Na cultura ocidental, dita civilizada, é
feio ter muitos dias de vida, é depreciativo. Não poder mais gerar deixa de ser
um sinal de que você foi promovido para o conselho dos anciãos, da sabedoria do
clã, para significar que você é uma mesa velha que deve ser encostada...
Meu ser se
recusa a aceitar uma tamanha limitação a algo tão grandioso quanto o ser
humano.
Sed fugit intereaa fugit irreparabile tempus! ( "Mas ele foge: irreversivelmente o tempo foge"),diria Virgilio na Roma antiga, todavia Tempus regit
actum, e se o tempo rege os atos,
sejamos felizes hoje, sem amanha, sem tempos, sem idades ou limitações que não
sejam as do querer, as da alma, as do ágape que é viver!
(yes, yes) and the moment I see you
(yes, yes) it's so good to be near you
(yes, yes) and the feeling you give me
(yes, yes) makes me want to be with you
(yes, yes) from the moment you tell me – yes
(…)
(yes, yes) and the moment I see you
(yes, yes) it's so good to be near you
(yes, yes) and the feeling you give me
(yes, yes) makes me want to be with you
(yes, yes) if we wait for an answer
(yes, yes) will the silence be broken
(yes, yes) should we wait for an answer