E quanto mais remo mais rezo
Pra nunca mais se acabar
Essa viagem que faz
O mar em torno do mar (...)
A festa da sua chegada começa bem antes de abrir a porta, tem seu início nos pequenos detalhes que buscam tornar o ambiente mais acolhedor e agradável possível, como coloca toalhas limpas, lençóis novos e aspergir penas gotas de canela pela casa para que fique com um odor adocicado que lembra corridas no campo e brincadeiras de criança.
Gosto
de entrar no chuveiro tépido e sentir a água deslizando pelo meu corpo como um
carinho seu e, enquanto penso que logo, logo, você estará aqui, minha mente voa
ao seu encontro refazendo cada detalhe seu, cada toque, cada sutileza, sem
encontrar nada de repetitivo em todos esses anos. Quando abro a porta é como se
um clarão imenso e estonteante adentrasse a sala: são todas as cores reunidas
em um mesmo feixe de luz atingindo em cheio a minha retina e me deixando tonta
e sem ar.
Nunca
tenho certeza do próximo movimento até que você me tome pela cintura e cole sua
boca na minha fazendo minha alma se sentir beijada na sua totalidade, deixando
que meu corpo perceba o seu e, aí sim, tomando o controle de todas as minhas
ações.
Deliciosamente
semi-reclinando em mim, olhamos a tela consultando informações de que necessitamos
enquanto meus dedos afogam-se na alva maciez dos seus cabelos.
As
mãos que deslizam na parte interna da minha coxa, não são apenas carinhosas,
mas deliciosamente carinhosas e vão deixando um registro de suave e tranqüila intimidade.
Nada
é tão calmante e ao mesmo tempo provocante quanto o seu beijo. Apaixonadamente tranqüilo,
tem uma sensualidade capaz de desenhar na minha mente imagens as mais variadas
possíveis e despertar anseios e vontades que jamais imaginei.
E
nossa tarde transcorre num volteio voluptuoso, mas não vulgar. Nada nunca é
vulgar quando estamos juntos, ao contrário, tudo é sempre muito elegante, muito
limpo, carinhosamente excitante.
Seu
abraço me acolhe carinhosamente, mas mais que carinho sinto extravasar um pouco
de ternura como se essa longa viagem que você fez por terras áridas – viagem que
não ainda não quis comentar – lhe devolvesse mais terno, mais doce, mais
presente.
Uma
completude que as palavras, ao menos as minhas palavras, não sabem descrever,
se instala e lembro que li em algum lugar que sentimentos são para sentir e não
para explicar ou entender, se assim o fosse seriam razões e não sentimentos.
Afundo
minha cabeça no seu peito enquanto penso no quanto você é importante,
fundamental para mim, mas logo a vida nos chama de volta a sua roda que não
pára e seguimos rápidos até que possamos parar novamente...
Meus
olhos se esticam pela rua acompanhando você e penso com suavidade no quanto amo
você!
As borboletas voam sobre o meu jardim
São cores vivas, pousam sobre às onze horas
Nas rosas claras, violetas e jasmins
Petalas - Alceu Valença
(...)
E quando alguém me pergunta
Como se faz pra nadar
Explico que eu não navego
Explico que eu não navego
Quem me navega é o mar
Timoneiro - Paulinho da Viola
Nenhum comentário:
Postar um comentário