sábado, dezembro 08, 2007

20nov2007





" Aprendi com as primaveras a me deixar podar...E voltar sempre inteira"
Cecília Meireles





É, Jerez, haveria tanta coisa a ser dita que não acabaria mais,então prefiro silenciar esperando que o tempo possa ter a eloqüência que me foi negada pelo vazio que repentinamente se instalou em mim.
Tenho muito a agradecer pela muitas bênçãos recebidas e uma delas, a mais preciosa delas, a sua presença em minha vida – ainda que de uma forma furtiva, passageira – com todas as novas cores que me apresentou.
Se é verdade que as noites serão bem mais frias e as semanas mais longas sem a sua presença física, também é verdade que a recordação de tantos momentos luminosos me assegurarão a tepidez necessária para não morrer de frio durante a nova hibernação.
Não, não vou esquecer o brilho dos seus olhos,como pontas de estrelas, olhando dentro dos meus, ou seu rosto emoldurado entre as conchas de minhas mãos, como se houvessem sidos feitos um para o outro: rosto e mãos.
Assim vou juntando pedacinhos tão bons, cores brilhantes de um tempo tão encantando como uma barra de chocolate que desmancha na boca deixando seu cheiro impregnado no hálito de quem a degustou,lembranças de Avalon antes que o tempo do mundo cerrasse as cortinas para sempre, e vou colando fotos no álbum dos sentires.
Sem magoas, sem dores para não embaçar as cores, sigo agradecendo por sua existência, por ter do que me lembrar, por ter conhecido a luz e a haver tatuado em mim como uma marca que nunca sairá ainda que o tempo e a distancia a desvaneçam paulatinamente.
Se é verdade que a garra da tristeza vem me visitar e enche os meus olhos com as gotas da saudade, também é certo que o brilho da espuma, o calor do abraço, a força terna e a lembrança de uma envergadura capaz de me abrigar inteira correm ao meu socorro e sorrio lembrando de tantos sucos e chocolates, de tantos sorrisos e abraços e novamente é sol e não estou mais só porque você faz parte de mim...Canto baixinho a mesma canção que na rua diz: “Eu, não vim aqui para entender ou explicar ou pedir nada para mim...vim pelo que sei e pelo que sei você gosta de mim é por isso que vim!...”