segunda-feira, janeiro 28, 2013


A companhia do telefone me acorda. Do outro lado uma voz encantadora diz:
            - Bom dia!
            Dou um pulo, o coração dispara, sento-me na cama e com um sorriso murmuro o bom dia mais atônito de toda a minha vida enquanto ouço que você está aqui me convidando para uma caminhada na praia.
            Confirmo minha disponibilidade e corro para me arrumar. Acabo descobrindo que nada, nesse momento, vai me assentar maravilhosamente bem... Queria ser uma diva hollywoodiana, juro! Então, coloco meu biquíni de sempre e amarro a saída verde que me parece ficar melhor.
            Em meia hora, desde o toque do telefone, estou na sua recepção e diante do seu abraço meu ultimo gesto consciente é enlaçar seu pescoço!
            Todo o resto se sucede como consequência mais que perfeita do toque dos nossos corpos sedentos sem a proteção de qualquer entrave. Pele na pele, o desejo se avoluma e se espalha capaz de contagiar a todos.
            A boca que busca a minha também sussurra – ainda dentro dela – um convite malicioso para conhecer seu quarto que lembro vagamente  ter aceito.
            Os trajes de banho voam inúteis pelo quarto. São a ultima barreira a ser vencida enquanto mãos hábeis exploram meu universo físico. Nossas bocas coladas, nossas línguas entrelaçadas, são as fagulhas que incendeiam nosso desejo, arrepiam nossa pele, preparam-nos para o grande passeio.

            As mãos que me acariciam são ternas, mas também firmes. Seu carinho é forte e determinado e em certos momentos me parecem querer demarcar território. Gosto dessa sensação de ser dominada por você. A força bem dominada, colocada na hora certa, é um grande excitante.
            Prendo seu rosto entre as palmas da mão enquanto sinto seu corpo mover-se ritmicamente dentro de mim. Olho-no-olho, nosso prazer é um crescendo que breve explodirá...
            Você para e se retira, me abraça, me beija, me acaricia. De costas, sinto suas mãos percorrendo meu corpo numa deliciosa e provocante massagem. Seu rosto roçando minha nuca me arrepia ao contato de sua barba com minha pele.
            Intimamente quero reagir, tocar em você, devolver o carinho, a provocação, mas tudo que consigo é ser, prazerosamente, seu brinquedo, objeto passivo do seu desejo!
            Então sou virada novamente e olho no olho, sinto seu corpo que se projeta sobre mim. Seus braços, em alças que me predem a guiza de colete, afundam meu rosto no seu peito e sorvo longamente seu cheiro. Esse é o aroma que me embriaga. Sou jogada num vértice que faz minha respiração ofegar. Seus olhos sorriem dentro dos meus e ao seu comando pulamos juntos nessa maravilhosa aventura do nada que é o clímax.
            Seu corpo relaxado sobre o meu transmite uma sensação indescritível. Fecho os olhos e aproveito ao máximo esse momento tênue e fugaz. Abraçados, descansamos juntos desse banquete que temporariamente saciou nossos corpos.
            _ Vamos caminhar?
            A pergunta me pega de surpresa. Gosto de ficar preguiçosa junto de você, ainda mais depois de uma maratona destas, mas respondo que sim e me levanto lentamente em direção ao chuveiro.
            Sob veemente protesto seu tomo uma chuveirada morna para despertar. Não, não tente entender meus mecanismos fisiológicos, são estranhos até para mim!
            Saímos caminhando pela praia e o inusitado da exposição pública em sua companhia é delicioso. Poder desfrutar de um pouco de ar livre e sol com você é algo tão inimaginável no nosso habitat natural quanto é delicioso aqui, imersos no anonimato em que estamos.
            Transeuntes passam e eu me sinto orgulhosa por estar ao seu lado. Muitas mulheres olham e sei exatamente o que pensam: cobiçam esse espécime maravilhoso que está ao meu lado e nem imaginam, realmente, o quanto maravilhoso você é!
            Paramos um pouco sob uma sombra. Acredito que a parada seja uma gentileza sua para comigo. Ficamos ali, abraçados. Você me pega pela mão e me leva para a água que aqui sempre tem uma temperatura branda.
            O movimento das ondas nos acomoda juntos e essa proximidade reacende o desejo recém apagado.
Viro-me de frente e busco sua boca. Beijamos-nos com suavidade e nas reticencias que percebo sutilmente imagino bem o que está pensando. Sorrio internamente. Se soubesse o quanto é querido, amado, nunca teria esse tipo de pensamento.
Enquanto nossas bocas conversam com suavidade, minhas mão percorrem seu corpo gostoso, bonito, másculo. Sinto toda a beleza e força desse tronco largo e forte, desses braços que me enlaçam como se parassem o mundo e um dia pararam, ao menos o mundo que me oprimia, e vou  escorregando para sentir suas coxas enormes, as mais belas que já vi.
Puxo você de leve em direção a areia. Dentro d’água não alcanço suas pernas e quero sentir você todo, tocar em seu corpo deliciosamente por inteiro.
Sentados em nossa sobra, deito-me no seu colo para manter a discrição e enquanto faço uma leve pressão no seu colo, com a cabeça, minhas mãos deslizam por estas colunas gregas a que você chama pernas.
Ficamos assim por um tempo, nessa brincadeira do tato: você tamborila nas minhas costas, brinca com meus cabelos e acaricia minhas nádegas. Eu pressiono seu colo com a cabeça, com o rosto, roçando suave e forte, deslizo minhas mãos ora pelas suas lindas pernas , ora pelo seu torso delicioso. E esse tocar brincalhão e despretensioso vai nos envolvendo e nos acendendo lentamente.
Retomamos nossa caminhada de volta, mas suas mãos estão mais ousadas, embora discretas. Trocamos algumas palavras mais fortes e sorrimos dessa brincadeira tão descompromissada.
Enquanto tomamos uma chuveirada juntos nossos corpos se esbarram  e sua mãos ágeis não perdem tempo. Rapidamente me ajoelho e tomo a frente guardando-o, o mais que consigo, na minha boca.
Você brinca com minhas orelhas e ouvidos.
Sinto a água se fechar e você me levanta. Enxuga-me e olhando- me  nos olhos voltamos para a cama. Sua boca me percorre por inteiro e quando para na conjunção das sépalas me enlouquecem, me jogam para o alto de uma forma vertiginosa. Agarro-me aos seus cabelos como única forma de segurança durante o vendaval que me percorre.
Em decúbito, sinto seu corpo dominar e preencher o meu, encaixando-se suavemente, para aos poucos ir tomando um ritmo que conheço. No vai-e-vem que imita o balanço das aguas, nossos corpos mais uma vez se entregam ao prazer  e nos ofertamos o que de melhor temos: nossos desejo recíproco, nosso  prazer completo.
Deitamos relaxados, abraçados, ainda na mesma forma.
A campanhia do telefone me chama, estendo a mão e atendo: é só o telefone, eu estava sonhando co

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